Cai projeto que queria tirar verba do PNLD

Cai projeto que queria tirar verba do PNLD

Os editores de didáticos respiram aliviados após a retirada de pauta do Projeto de Lei 5695/2019, do senador Izalci Lucas (PSDB/DF), que sugeria a modificação da distribuição das verbas do Salário Educação, transferindo a estados e municípios as verbas destinadas à União. Com esse montante, hoje são financiados alguns programas do MEC, entre eles o PNLD, voltado ao livro didático.

Após pressão de entidades ligadas aos programas de apoio à alimentação e ao transporte escolar e das editoras de didáticos, o senador concordou em retirar o projeto, após audiência pública realizada nesta segunda, 18/11.

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao MEC, destinou neste ano R$ 4,1 bilhões ao PNAE, voltado à alimentação escolar e outros R$ 2,1 bilhões ao Programa Nacional do Livro Didático. Computando-se ainda os programas de auxílio ao transporte escolar e Dinheiro Direto na Escola, a soma derivada de repasses do Salário Educação, atingiu R$ 8,9 bilhões.

Lucas queria fazer com que esse dinheiro fosse transferido direto a estados e municípios, proposta que recebeu parecer negativo do FNDE no dia 11 de novembro. No caso do PNAE, a exposição de argumentos contrários lista, entre outros, a complexa articulação que envolve o programa e sua articulação com outros ministérios, em especial o da Agricultura, por meio da agricultura familiar.

Já com relação ao PNLD, o FNDE esclareceu que o programa não envolve distribuição de recursos, e sim do material didático, que não se restringe a livros. E que a União tem poder de negociar preços bem abaixo daqueles do mercado, em função do grande volume de compras. Nos últimos dez anos, o órgão do MEC pagou, em média, R$ 7,66 por exemplar, contra preços de mercado que variam de R$ 60 a 80.

As obras passam também por rigoroso processo de seleção. Um problema derivado disso, no entanto, é que, ano a ano, aquilo que originalmente era para ser uma oferta variada (das várias editoras), tem cada vez mais se tornado um produto que mais parece uma commodity.

Texto publicado em 19/11/2019

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Curtas

  •   Teve início em 29/06  a websérie “Caminhos do Devir – Volta às aulas pós-Covid-19”, com o debate sobre “Como aplicar a gestão de crises para planejar a volta às aulas de forma segura”. Os educadores e sócio-fundadores da Devir Projetos Educacionais, Luis Laurelli e Eloisa Ponzio, além do consultor Flávio Schmidt, consultor em gestão de crises do Grupo Trama Comunicação, analisaram as estratégias, cuidados e precauções para garantir uma volta às aulas que possa assegurar a saúde de professores e crianças e a tranquilidade das famílias. A conversa teve a mediação do editor do Trem das Letras, Rubem Barros. O encontro marcou também o lançamento do e-book “A Covid-19 nas escolas e o caminho para a retomada do presencial”, disponível para download, que pontua sobre os passos da retomada.  Texto publicado em 25/06/2020

  • O ano de 2020 marca o final do mandato de 12 dos 24 conselheiros do CNE, o Conselho Nacional de Educação. A primeira lista com sugestões de substitutos, deixada pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, provavelmente na correria a caminho do aeroporto, era composta principalmente por olavistas. Gerou resistência até dentro do próprio governo Bolsonaro. Diante do freio, puxado pelos militares, o ministro interino, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, está fazendo uma nova rodada de discussão para a escolha de outros nomes.  A Casa Civil será um dos principais interlocutores para definir a lista final. Se o padrão das escolhas continuar o mesmo de outras áreas, é provável que as escolas cívico-militares ganhem fôlego inaudito. Texto publicado em 25/06/2020

  • Além do Fundeb, é preciso ficar de olho na possível votação da Medida Provisória 934, que estabelece normas de excepcionalidade para a educação básica e superior em 2020. O relatório da deputada Luísa Canziani (PTB/PR) manteve entre as emendas que devem ir a plenário a liberação da obrigatoriedade do cumprimento das 800 horas para a educação infantil e de oferta da educação a distância na mesma etapa. A relatora deixa a decisão nas mãos dos gestores municipais. Além de contrariar todas as evidências científicas e pedagógicas que enfatizam os prejuízos da educação a distância para as crianças de até 5 anos, a medida pode significar a abertura da porteira para os grupos privados que atuam no negócio da educação a distância. Com as redes de ensino sufocadas pela falta de dinheiro, com aumento das despesas por causa da pandemia e queda na arrecadação de impostos de até 24%, impactando diretamente no Fundeb, principal fonte de recursos para a educação básica pública, a EAD pode ser vista por muitos como solução milagrosa. Mas será apenas um instrumento para cumprir a obrigação legal de oferta de ensino. E inadequado, no caso da educação infantil. É preciso ver o que falará mais alto, se o rigor burocrático ou o bom senso. Texto publicado em 25/06/2020

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