Mulheres predominam cada vez mais no ensino superior

Probabilidade de obtenção do diploma é bem superior à masculina na faixa entre os 25 e os 34 anos, diz levantamento da OCDE

Publicado em 12/09/2019

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em situação inversa àquela que ocorre no mercado de trabalho brasileiro em geral com relação a salários, as mulheres têm 34% mais chances de obtenção de um diploma de nível superior do que os homens. Os números se referem aos adultos entre os 25 e os 64 anos e a tendência é de crescimento da vantagem feminina, segundo o levantamento Education at a Glance, divulgado pela OCDE nesta semana.

A tendência vem se acentuando: enquanto na faixa entre os 55 e os 64 anos, as mulheres têm 16% mais chances de se diplomarem no superior, esse percentual atinge os 42% no grupo de 25 a 34 anos.

É bem verdade que o número de mulheres estudantes já vem crescendo desde o início do século passado. No final do século 20, as mulheres já eram maioria em todas as etapas da educação básica e na graduação do ensino superior. Em 2007, igualaram o número de concluintes também no doutorado, superando os homens em 2008, e mais acentuadamente a partir de 2010. O levantamento aponta que, em 2017, 54% dos concluintes de doutorado no Brasil foram mulheres, contra 47% em média nos países da OCDE.

Com relação ao mercado de trabalho, a formação superior tem garantido às mulheres uma empregabilidade bem mais próxima à masculina (ainda que o levantamento não mencione as diferenças salariais): na faixa dos 25 aos 34 anos, 82% das mulheres com ensino superior estavam empregadas, contra 89% dos homens, diz a OCDE. Já entre aquelas que têm apenas o ensino médio, a desvantagem é maior: 63% contra 84%. Pior ainda é a situação no grupo que não concluiu o ensino médio. Nesse caso, há 45% de mulheres empregadas, contra 73% dos homens.

A área da educação figura como o segundo campo de estudos mais procurado pelas mulheres com nível superior no país, com 25% do total. O primeiro campo é administração, negócios e direito, em sintonia com outros países da OCDE.

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Curtas

  •   Teve início em 29/06  a websérie “Caminhos do Devir – Volta às aulas pós-Covid-19”, com o debate sobre “Como aplicar a gestão de crises para planejar a volta às aulas de forma segura”. Os educadores e sócio-fundadores da Devir Projetos Educacionais, Luis Laurelli e Eloisa Ponzio, além do consultor Flávio Schmidt, consultor em gestão de crises do Grupo Trama Comunicação, analisaram as estratégias, cuidados e precauções para garantir uma volta às aulas que possa assegurar a saúde de professores e crianças e a tranquilidade das famílias. A conversa teve a mediação do editor do Trem das Letras, Rubem Barros. O encontro marcou também o lançamento do e-book “A Covid-19 nas escolas e o caminho para a retomada do presencial”, disponível para download, que pontua sobre os passos da retomada.  Texto publicado em 25/06/2020

  • O ano de 2020 marca o final do mandato de 12 dos 24 conselheiros do CNE, o Conselho Nacional de Educação. A primeira lista com sugestões de substitutos, deixada pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, provavelmente na correria a caminho do aeroporto, era composta principalmente por olavistas. Gerou resistência até dentro do próprio governo Bolsonaro. Diante do freio, puxado pelos militares, o ministro interino, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, está fazendo uma nova rodada de discussão para a escolha de outros nomes.  A Casa Civil será um dos principais interlocutores para definir a lista final. Se o padrão das escolhas continuar o mesmo de outras áreas, é provável que as escolas cívico-militares ganhem fôlego inaudito. Texto publicado em 25/06/2020

  • Além do Fundeb, é preciso ficar de olho na possível votação da Medida Provisória 934, que estabelece normas de excepcionalidade para a educação básica e superior em 2020. O relatório da deputada Luísa Canziani (PTB/PR) manteve entre as emendas que devem ir a plenário a liberação da obrigatoriedade do cumprimento das 800 horas para a educação infantil e de oferta da educação a distância na mesma etapa. A relatora deixa a decisão nas mãos dos gestores municipais. Além de contrariar todas as evidências científicas e pedagógicas que enfatizam os prejuízos da educação a distância para as crianças de até 5 anos, a medida pode significar a abertura da porteira para os grupos privados que atuam no negócio da educação a distância. Com as redes de ensino sufocadas pela falta de dinheiro, com aumento das despesas por causa da pandemia e queda na arrecadação de impostos de até 24%, impactando diretamente no Fundeb, principal fonte de recursos para a educação básica pública, a EAD pode ser vista por muitos como solução milagrosa. Mas será apenas um instrumento para cumprir a obrigação legal de oferta de ensino. E inadequado, no caso da educação infantil. É preciso ver o que falará mais alto, se o rigor burocrático ou o bom senso. Texto publicado em 25/06/2020

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