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Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes –
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro...
Fim (1916), poema de Mário de Sá-Carneiro (Poesia, Editora Nova Aguilar)
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Paulista de nascimento, a psicóloga Raquel Soares guarda uma relação particular com a natureza e seus elementos. Moradora de Florianópolis há mais de duas décadas, acostumou-se a fotografar praias, vegetação, estradas, enfim, tudo que compõe a identidade visual da “ilha”, como carinhosamente a chamam seus moradores.
Mãe de dois filhos já adultos, Raquel se interessou desde cedo pela fotografia. Ainda criança, viajava Brasil afora com sua mãe, pesquisadora do folclore. Desde então, aguçou o olhar. Seus registros são expressões de um diálogo entre esse olhar e o momento da foto. Como ela diz, “sente” a foto quando faz o clic. É uma espécie de timing que se explica melhor pelas imagens a seguir, que tem a lua como objeto central.