Foto: MCTIC
Texto originalmente publicado em 16/12/2019
“Os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo.” A afirmação do filósofo alemão Ludwig Wittgenstein pode ser transposta para a relação que os alunos ouvidos pela pesquisa “Nossa Escola em (Re)Construção”, versão 2019, revelaram ter com o mundo da tecnologia. Ao mesmo tempo que valorizam sua presença no universo escolar – 53% pedem que ela não fique restrita ao laboratório de informática e 70% consideram regular ou ruim o uso de tecnologia em suas escolas – os jovens, em sua maioria, não foram muito ousados nos seus sonhos de utilização dessas ferramentas.
Ao citar os recursos tecnológicos que lhes proporcionariam mais aprendizado e felicidade, 30% mencionaram ferramentas de pesquisa on-line para o aprendizado e 25% para a felicidade, os maiores índices da pesquisa. Games ou jogos digitais tiveram, respectivamente, 13% e 18%; robótica teve 13% nos dois quesitos.
Para a diretora do Porvir, Tatiana Klix, a questão está associada ao conhecimento prévio dos alunos. “Onde há mais acesso à tecnologia, eles sonham com coisas mais sofisticadas. O que conseguimos identificar é que em redes que têm mais acesso à tecnologia, ou também nas escolas particulares, o índice de quem pede games ou robótica é maior, pois já sabem que é possível aprender com jogos ou robótica. Em redes em que a única coisa a que têm acesso é o Google, eles nem conseguem imaginar que essas ferramentas mais disruptivas podem ser usadas na educação”, diz.