“É legítimo dar mais ênfase à parte prática”

Entrevista Parte 2: Para Maria Malta Campos, o problema é como se estrutura essa parte prática nos cursos de pedagogia. Quanto aos dilemas da alfabetização, é enfática: “Sou totalmente Magda Soares”

Texto publicado em 07/04/2020

Foto: Gustavo Morita

A seguir, a professora Maria Malta Campos comenta questões relativas à formação docente, aos problemas na Base Nacional Comum Curricular relativos à passagem da educação infantil para o ensino fundamental e sobre a dificuldade de dar um caráter mais prático à formação. Fala, ainda, sobre sua aprovação ao olhar da professora Magda Soares acerca do tema sempre polêmico da alfabetização e letramento e divide sua sensação de incredulidade com o atual governo e de dúvidas quanto aos efeitos da pandemia na sociedade e na educação.

Que avaliação você faz da resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Educação para a formação docente e BNC. Como vê a relação entre a Resolução 2/2015 e o documento final?

Ainda estamos longe do que seria o mais apropriado, no caso da criança pequena. As pessoas que têm mais influência na formação de professores são mais ligadas ao ensino fundamental e, principalmente, ao ensino médio. E, no caso da professora polivalente, como a professora da educação infantil e do 1º ao 5º ano, elas têm de dar conta de várias áreas do conhecimento, pois ambas têm o mesmo perfil. A professora que é formada num curso de pedagogia, que vai trabalhar todas as áreas com crianças de diferentes faixas etárias, começando por 0 a 3 anos na creche, passando por 4 e 5 anos, na pré-escola e dos 6 aos 10 anos no fundamental 1. Normalmente, as redes têm o mesmo tipo de contrato para esse professor, principalmente em se tratando de pré-escola e dos primeiros anos do fundamental. Geralmente, num ano a professora pode dar aula no 2º ano do fundamental e, no ano seguinte, dar aula na pré-escola, ou vice-versa. Quem se diferencia em termos de contrato normalmente é a professora da creche, mas pré-escola e fundamental 1 têm o mesmo tipo de formação e perfil. E cresceu muito o número de professoras na educação infantil. Apesar de todas essas mudanças que aconteceram, o núcleo da formação continua o mesmo. Essa tradição do curso de pedagogia é muito resiliente, é difícil de mexer. Principalmente se pensarmos na faixa etária que trabalha com crianças abaixo dos 5 anos, que sempre foi muito minoritária. Mas mudou a situação, não é mais tão minoritária assim. Tem redes municipais que têm mais escolas de educação infantil do que de ensino fundamental, porque o ensino fundamental é dividido com o estado. Em São Paulo, por exemplo, você tem o fundamental meio a meio, metade estado, metade município. Esta tentativa de dar mais ênfase à parte prática é legítima, é necessária. Agora como você trabalha a parte prática é que é a discussão. Não deveríamos tirar uma coisa para colocar outra no lugar, deveria ser complementar. Mas aí você aumenta o número de horas do curso. Houve uma enorme discussão sobre isso, pois afetaria a logística dos cursos, com o pessoal que estuda à noite, com o esquema das faculdades. Há muita coisa envolvida. Historicamente, sempre chegamos a uma solução de compromisso, tira-se um pouco de uma coisa e de outra, e o curso fica devendo. Reformas ficam sempre devendo. Tem algumas experiências interessantes de faculdades de pedagogia, que por conta própria experimentaram coisas diferentes. Por exemplo, na Unicamp, na UFMG e em outras federais, que tentaram introduzir novas formas de trabalhar. Mas, infelizmente, a maioria das professoras das redes públicas não está saindo dessas faculdades. É um professor de outra camada social, que estuda à noite e paga a faculdade, presencial ou a distância. É esse o perfil do corpo docente que vem assumindo, principalmente na educação infantil, onde muitas vezes é o primeiro emprego dessas alunas depois de formadas. São pessoas com muito mérito, pois trabalharam, pagaram sua faculdade, mas que tiveram uma formação de pior qualidade.

Muitas dessas pessoas são oriundas de um universo cultural…

Igual ao das crianças! Embora se você falar com elas, elas não achem isso, ao contrário. Na hora que a pessoa tem aquele diploma, às vezes a primeira pessoa da família a se formar [vê diferente]. Mas, tirando o que aprendeu na faculdade, o meio social em que circula não é tão diferente assim.

Mas será que o perfil da educação infantil e do fundamental 1 deveriam ser os mesmos? Essas fases requerem conhecimentos distintos, tem muitas especificidades. Se tivéssemos uma formação inicial voltada, por exemplo, à alfabetização ou à creche, e o professor depois fizesse outras especializações, não estaríamos formando melhor?

É por aí. Em vários países é esse o modelo, e o curso não é à noite, é período integral. Você tem, digamos, os dois primeiros anos com uma formação geral, em que você dá a história da educação, a filosofia, enfim, os fundamentos, e no meio do curso a pessoa escolhe onde vai atuar. Se vai atuar na educação infantil, faz um braço desse curso totalmente focado na educação infantil, se vai trabalhar nos primeiros anos do fundamental vai fazer algo totalmente focalizado. Uma pessoa conhecida está fazendo pedagogia em Berlim, na Alemanha. Quando ela chega ao 3º ano, tem de escolher o que vai trabalhar na escola de ensino fundamental, se vai ser professora dos primeiros anos, da alfabetização e de matemática, se vai ensinar educação física, se vai trabalhar com necessidades especiais. Ou seja, já tem uma especialização no próprio curso, e a pessoa sai habilitada para aquilo, e não para tudo, como é o caso da nossa pedagogia. Sem falar que depois vai ter dois ou três anos de trabalho supervisionado na escola, e só depois disso vai se tornar autônoma para atuar como professora regente. Trabalha-se por etapas: uma formação mais geral, uma especializada, um trabalho supervisionado e a autonomia naquela habilitação. Aqui, não. Nós acabamos com o curso normal e substituímos pelo curso de pedagogia, que não era feito para formar professores, era para você entender de educação. Depois você ia se especializar em orientação, em psicopedagogia, em administração escolar, coisas que você fazia no finalzinho do curso e logo em seguida. Você era formada em pedagogia e habilitada em orientação educacional, e assim por diante. Mas acabaram com o curso normal e não criaram o curso normal superior, como queria o Darcy Ribeiro.

A BNCC dá respostas satisfatórias ao que deve ser o universo do desenvolvimento da criança na educação infantil?

Eu acompanhei, não muito de perto, mas participei de alguns grupos que deram assessoria para a BNCC para a educação infantil. Houve várias versões, com diversas críticas a essas versões, e essas críticas foram acolhidas. Foi um processo bem interessante, geralmente há essas assessorias que dão palpites, mas o grupo responsável acaba não escutando muito palpite. Mas no caso houve uma escuta muito atenta, com questões novas sendo colocadas, e o grupo que escreveu o documento chegou a um bom documento. Aí houve uma 4ª fase, quando entrou o governo Temer, e acabou tendo uma mudança na orientação da equipe responsável pela última versão da base, principalmente do fundamental em diante. Mas na educação infantil mexeram muito pouco. Eu fiz a comparação do documento anterior com a quarta versão, olhei item por item, e mudaram muito pouco. Mudaram alguns nomezinhos, porque por acaso pareciam uma coisa de esquerda, e mexeram para ficar uma coisa mais neoliberal, vamos dizer assim. O que mudou foi a parte da transição do pré para o 1º ano, que antes já estava mal resolvida. No começo do trabalho, houve uma orientação geral, que não foi acolhida pela educação infantil. Houve uma grande discussão, a educação infantil acabou chegando a um termo de compromisso de trabalhar com aquelas áreas nos campos de experiências, e não com campos de disciplinas, como fizeram no ensino fundamental, algo inadequado, do meu ponto de vista, pois há uma professora só. Então foi colocado esse conceito do campo de experiências, o mesmo usado na Itália. É um conceito mais aberto, mais integrado. E aí houve uma modificação feita ao longo das várias versões, muito importante, fruto de uma crítica dos especialistas chamados a opinar, que foi a introdução de subfaixas etárias, de 0 a 2 anos, de 2 e 3 anos e de 4 e 5 anos.

E a passagem da educação infantil para o fundamental?

Na mudança para o governo Temer, foi mudada a integração entre pré e 1º ano, e não ficou bem resolvido. Se você olhar o que é exigido da criança em termos de leitura e escrita nos dois primeiros anos do fundamental, e confrontar com o que é exigido na pré-escola, em termos de pré-alfabetização e pré-matemática, tem um descompasso enorme. Quando tentaram intervir na transição, forçaram a barra. Teriam de ter mudado também o ensino fundamental, que está muito exigente. Se você pegar o que se pede que a criança faça nos direitos ou objetivos de aprendizagem no 1º e no 2º ano, em relação a leitura e escrita, e for olhar como as crianças brasileiras se comportam na Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), você verá um total descompasso. Ou pelo menos as crianças brasileiras estão mostrando que não aprendem a metade do que está ali. Para haver uma integração, a pré-escola teria de ser um pouco mais exigente do que foi, e os dois primeiros anos do fundamental teriam de ser um pouco menos exigentes.

Isso tem a ver com o fato de terem mudado a idade em que a criança deve estar alfabetizada de 8 para 7 anos, ou do 3º ano para o 2º?

Foram equipes diferentes, com orientações totalmente diferentes. Todo mundo que defende a Base fala que ela não é um currículo, que depois cada ente federativo ou rede vai ter de adaptá-la. Mas acaba sendo, pois é o que temos de mais detalhado hoje.

Entre o que professam os documentos e o que se faz efetivamente nas escolas Brasil afora muitas vezes há enormes diferenças. É sabido que há muita cobrança para se estimular cada vez mais a criança do ponto de vista cognitivo. Que riscos isso pode trazer?

Aí temos várias polêmicas, e que não existem só no Brasil. Até que ponto você vai apertando mais os parafusos na medida em que a criança chega mais perto dos 6 anos, até que ponto você deixa a coisa mais livre? É importante levar em conta vários dados. Há documentos elaborados no âmbito da OCDE, com países desenvolvidos, sobre educação infantil, que resultaram numa série, a Starting Strong. São documentos enormes, com um monte de informação, com compilação de dados de pesquisa do mundo todo. Uma orientação que eles têm defendido – e aí é preciso tomar cuidado, pois no caso desses países a pré-escola começa aos 3 anos, e não aos 4 anos, então falamos de crianças de 3 a 5 anos – é que as crianças se beneficiam mais quando há um equilíbrio entre atividades escolhidas pelo professor e atividades de livre-escolha delas próprias. Ou seja, não é totalmente sob o comando do professor, e nem o oposto, com a criança só fazendo as atividades que quer. Eles pegam várias tendências, vários contextos. Acho que é uma posição equilibrada, embora não seja consenso no Brasil. Aqui temos muita influência da pedagogia de Reggio Emilia e de outras tendências pedagógicas que defendem uma liberdade total de iniciativa da criança. Embora em Reggio Emilia não seja bem assim, mas a versão que passam aqui para o nosso uso é que é assim. O que acaba acontecendo, por exemplo, no caso da Prefeitura de São Paulo, são currículos que falam tudo em linhas muito gerais, princípios filosóficos, uma abordagem geral, que depois vai ter de ser traduzida em práticas por essa professora que não foi formada para isso, que não sabe como fazer isso. Ela aprendeu o quê, mas não aprendeu o porquê e nem o como se faz para esse discurso virar prática. Então ficamos no pior dos mundos: não temos nem uma prática mais diretiva, como de escolas particulares que querem as crianças alfabetizadas aos 5 anos, nem uma prática mais livre, como na Dinamarca, na Suécia, que é livre mas é rica de estímulos, de interações, com educadores com recursos pessoais. Então, esse equilíbrio entre atividades propostas pela criança e pelo professor é um caminho interessante.

Outro caminho importante, aí falando nessa questão da alfabetização, é a posição da [professora e criadora do Ceale/UFMG] Magda Soares. Eu sou totalmente Magda Soares! Ela está carregada de razão. Primeiro que a parte teórica ela domina como ninguém. Quem leu os livros dela vê que ela estuda linguística, psicologia, sociolinguística, neurociência, ela não está falando do ponto de vista de uma cartilha, está falando dos processos internos que têm de ser mobilizados pelas crianças para conseguir aprender. Outra coisa é essa experiência incrível que ela está fazendo há muitos anos em Lagoa Santa (MG), de trabalho direto com as professoras, com uma população paupérrima, conseguindo fazer verdadeiros milagres lá com as crianças. E qual é a posição da Magda? Resumindo: é que não tem essa briga entre só letramento, ou só alfabetizar. Uma coisa depende da outra, é preciso trabalhar com as duas coisas ao mesmo tempo, no ritmo da criança, de acordo com a faixa etária. Mas não é também esperar que a criança aprenda sozinha. Porque aí as crianças que vivem rodeadas de livros podem até aprender, mas 95% das crianças, inclusive muitas de classe média, que não têm nem um livro em casa, vão ter de aprender na escola mesmo. Então, acho a posição dela muito apropriada para a nossa realidade. Infelizmente, o pessoal da educação infantil não gosta muito.

Como ela mesma diz, muita gente tem uma posição muito dogmática em relação à alfabetização…

Alguns impedimentos que nós temos são bem explicados historicamente, por tudo aquilo que vivemos. As pessoas vão criando umas posições que são o contrário daquilo que elas querem evitar. E o que elas querem evitar são problemas graves que já aconteceram na nossa história, como os altos índices de repetência ou evasão escolar, as crianças que são discriminadas na escola, várias questões que levaram as pessoas a ter medo de diretrizes concretas que fossem traduzidas na escola por mecanismos de exclusão, de discriminação dos mais pobres, coisas desse tipo. Realmente, esse perigo existe. Tem redes que estão fazendo absurdos, excluindo crianças por querer ter o Ideb mais alto. Porém, não podemos partir para oposto. A criança protagonista, a criança que sabe isso, sabe aquilo – o discurso da sociologia da infância – e enquanto isso a escola deixa de fazer aquilo que se espera dela, que é trabalhar com os conhecimentos, partindo de onde a criança está e enriquecendo esse ponto de partida. E mais uma coisa, as crianças são diferentes entre si. Se você tem uma turma de 20, 30 crianças na sua frente, são 20, 30 indivíduos ali. Mesmo as crianças muito pequenas. Se são 15 crianças de 2 anos, cada uma é de um jeito. Uma já sabe uma coisa, a outra não sabe, uma gosta de uma coisa, outra de outra coisa, é preciso ter um repertório para lidar com isso! Por esse motivo, essa proposta do MEC de adotar apenas um determinado método para alfabetizar é totalmente irreal. Vai funcionar bem com o Joãozinho, mas não com o Luizinho. A professora precisa saber se mover nesse microcosmos que tem crianças de uma determinada classe social, ou região, do meio rural, do meio urbano, uma classe diversa ou muito homogênea, mas além disso tudo há as diferenças individuais. As crianças bem pequenas já manifestam isso.

Vindo para o cenário atual, com as crianças temporariamente em casa, observa-se uma grande demanda para que os pais façam atividades escolares com elas. Considerando todo o universo da população, você acha que essas demandas são válidas? Será que não representam apenas uma resposta de cumprir uma obrigação burocrática, atingindo um certo número de horas/anos em atividades letivas?

Concordo com você. Nós tínhamos algumas pesquisas, acho que feitas em Nova York, que pegavam os alunos depois das férias. Comparavam os alunos que tinham ido passear em algum lugar, ou ido visitar os avós em outra cidade e os alunos dos guetos que ficam trancados em apartamentos ou brincando na rua. Aí viam que os alunos de classes sociais mais baixas haviam perdido aspectos de conhecimento que eles tinham antes, e os outros tinham ganho com as novas experiências, novos conhecimentos. É algo de que eu lembro ao pensar nessa situação que estamos vivendo. Essa situação atual é um grande experimento social, pois nunca vivemos uma coisa parecida com essa. E, na minha opinião, isso ainda vai demorar. Estava ouvindo a Priscila Cruz [dirigente do movimento Todos pela Educação] falando na televisão e não estava acreditando muito no que ela estava dizendo. Ela estava argumentando que, a partir de agosto, as escolas terão de fazer o trabalho do ano todo, para as crianças não se atrasarem. Vai ser muito difícil as crianças não se atrasarem, pois isso vai ter um impacto grande. As escolas vão ter de encontrar formas de lidar com isso. Não vai ser culpa de ninguém.

E talvez não seja a questão central neste momento…

Sim, inclusive fico mais preocupada com a falta da merenda. Já estamos vendo várias famílias que estão sendo afetadas, pois antes as crianças comiam direito todos os dias, pois nosso programa de merenda é exemplar. De repente, você tira isso sem pensar em sugestões. Vi no jornal que há quem esteja pensando em oferecer, não sei como fariam. O governo do estado [de São Paulo] acabou de mandar as merendeiras embora. Não sei se foi uma boa decisão. 

Não estamos dando um tratamento igual para algo que mereceria uma solução diferente?

Não temos conhecimento prévio de situações como esta. A situação mais parecida com esta que a gente pode lembrar é a 2ª Guerra, nos países europeus. No caso da Inglaterra, por exemplo, mandaram todas as crianças para o campo para alguns acampamentos, vários países ficaram praticamente sem aulas e depois isso foi recuperado de alguma maneira. Outra experiência que a gente pode lembrar – e que tem sequelas até hoje nesta geração – é a daqueles que pegaram a fase da mudança da idade no 1º ano. Teve criança que foi colocada muito cedo no 1º ano e outras que tiveram de esperar para entrar no 1º ano por causa da data do aniversário, uma série de mexidas. Meninos que eram colegas e se separaram. Aí mais tarde quando um está fazendo vestibular o outro ainda está no 2º ano do ensino médio. Isso é leve perto do que está acontecendo agora. Ainda não temos resposta para isso. Temos que pensar na semana que vem e no que dará para fazer depois. Possivelmente, serão situações bem diferentes conforme a experiência que a criança teve.

Tem uma possibilidade grande de termos de conviver com um número de mortes ao qual não estamos habituados. Como isso pode marcar as crianças em termos de trauma?

Uma guerra é bem pior. O documentário que concorreu ao Oscar, The Cave [dirigido por Feras Fayyad], sobre a guerra da Síria, uma equipe que tem um hospital subterrâneo… Não dá para comparar você ter de ficar em casa com uma guerra daquelas, não tem comparação.

Mas há a possibilidade de as crianças verem muita gente próxima morrendo…

A gente não sabe. Vamos ter de prestar atenção, tem muita coisa que a gente não sabe ainda. E aqui no Brasil nós temos a tempestade perfeita! Isso acontecer em meio a esse governo…

Muitas discussões inúteis nos fazem perder tempo em pensar soluções para o que fazer agora, não?
 Uma coisa que poderia ser pensada seriam alguns programas de formação on-line, não obrigatórios, pois quem é casado e tem filho pequeno não tem tempo para isso, mas tem muita gente que mora sozinha, ou que tem tempo e poderia fazer curso de formação continuada, isso é algo que o governo poderia estar fazendo.

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Curtas

  •   Teve início em 29/06  a websérie “Caminhos do Devir – Volta às aulas pós-Covid-19”, com o debate sobre “Como aplicar a gestão de crises para planejar a volta às aulas de forma segura”. Os educadores e sócio-fundadores da Devir Projetos Educacionais, Luis Laurelli e Eloisa Ponzio, além do consultor Flávio Schmidt, consultor em gestão de crises do Grupo Trama Comunicação, analisaram as estratégias, cuidados e precauções para garantir uma volta às aulas que possa assegurar a saúde de professores e crianças e a tranquilidade das famílias. A conversa teve a mediação do editor do Trem das Letras, Rubem Barros. O encontro marcou também o lançamento do e-book “A Covid-19 nas escolas e o caminho para a retomada do presencial”, disponível para download, que pontua sobre os passos da retomada.  Texto publicado em 25/06/2020

  • O ano de 2020 marca o final do mandato de 12 dos 24 conselheiros do CNE, o Conselho Nacional de Educação. A primeira lista com sugestões de substitutos, deixada pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, provavelmente na correria a caminho do aeroporto, era composta principalmente por olavistas. Gerou resistência até dentro do próprio governo Bolsonaro. Diante do freio, puxado pelos militares, o ministro interino, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, está fazendo uma nova rodada de discussão para a escolha de outros nomes.  A Casa Civil será um dos principais interlocutores para definir a lista final. Se o padrão das escolhas continuar o mesmo de outras áreas, é provável que as escolas cívico-militares ganhem fôlego inaudito. Texto publicado em 25/06/2020

  • Além do Fundeb, é preciso ficar de olho na possível votação da Medida Provisória 934, que estabelece normas de excepcionalidade para a educação básica e superior em 2020. O relatório da deputada Luísa Canziani (PTB/PR) manteve entre as emendas que devem ir a plenário a liberação da obrigatoriedade do cumprimento das 800 horas para a educação infantil e de oferta da educação a distância na mesma etapa. A relatora deixa a decisão nas mãos dos gestores municipais. Além de contrariar todas as evidências científicas e pedagógicas que enfatizam os prejuízos da educação a distância para as crianças de até 5 anos, a medida pode significar a abertura da porteira para os grupos privados que atuam no negócio da educação a distância. Com as redes de ensino sufocadas pela falta de dinheiro, com aumento das despesas por causa da pandemia e queda na arrecadação de impostos de até 24%, impactando diretamente no Fundeb, principal fonte de recursos para a educação básica pública, a EAD pode ser vista por muitos como solução milagrosa. Mas será apenas um instrumento para cumprir a obrigação legal de oferta de ensino. E inadequado, no caso da educação infantil. É preciso ver o que falará mais alto, se o rigor burocrático ou o bom senso. Texto publicado em 25/06/2020

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