Foto: Tom Eversley/Iso Republic
Texto publicado em 02/02/2020
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O alfabeto herdado do latim não atende à representação de certos fonemas que se criaram nas línguas modernas.
É o caso das palatais [lh], [ch], [nh].
As línguas românicas hesitaram sobre como representar, na escrita, esses fonemas, inexistentes no latim.
Diferentemente do espanhol, o português adotou o sistema provençal sinalizado por [nh], [ch], [lh].
Na passagem para o português, as vogais [e] e [o] ganharam timbres aberto e fechado, que o latim não conhecia. O espanhol ditongou as vogais abertas (português “porta”, espanhol “puerta”).
Até a invenção da imprensa, o [nh] dos documentos medievais eram representados por [nn], um [n] pequeno sobre outra letra [n], mais tarde transformado no til.
Já o fonema sibilante /c/ (aquele que não tem o som de /q/) passou a ser indicado nos manuscritos medievais por uma pequena letra [c] logo abaixo da letra [c] usada na palavra, que virou o atual cedilha.
Fonte: Paul Tessier. História da língua portuguesa. São Paulo, Martins Fontes, 2005.