Cerca de 70% dos profissionais que trabalham na educação infantil reportam o uso regular de atividades para estimular atitudes que visem ao desenvolvimento socioemocional das crianças (como o incentivo a ajudar os colegas), ou que facilitem o desenvolvimento da linguagem, por meio do canto ou de brincadeiras com rimas, por exemplo.
Este é o primeiro resultado mencionado pela OCDE na divulgação de sua pesquisa Talis – Providing Quality Early Childhood Education and Care, voltada às interações que promovem a qualidade na primeira infância. A pesquisa analisou o trabalho de lideranças e educadores (professores e assistentes) de nove países na pré-escola (4-5 anos) e quatro em creches (0-3 anos).
Nessa última amostra, há apenas países do que poderíamos chamar de primeiro escalão em termos de investimentos e cultura educacional: Dinamarca, Alemanha, Israel e Noruega. Os outros cinco são Chile, Islândia, Japão, Coreia do Sul e Turquia. Em algumas escolas não há divisão entre os dois grupos etários.
O estudo traz ainda diversos achados interessantes que, em alguns casos, apenas confirmam as intuições existentes. Uma delas é o apoio em termos de formações. Em todos os países, os educadores haviam passado por algum processo de reciclagem ou educação continuada nos 12 meses anteriores à pesquisa.
A falta de recursos e o número elevado de crianças por turma foram os motivos reportados como os maiores causadores de estresse entre docentes. Para os diretores, a inadequação de recursos físicos e humanos se soma à excessiva carga de trabalho administrativo como principais problemas. À medida do possível, Trem das Letras retornará ao relatório para aprofundar análises, ou simplesmente reportar outros dados.
Publicado em 25/10/2019