Empatia e linguagem: alvo de educadores infantis

Empatia e linguagem: alvo de educadores infantis

Cerca de 70% dos profissionais que trabalham na educação infantil reportam o uso regular de atividades para estimular atitudes que visem ao desenvolvimento socioemocional das crianças (como o incentivo a ajudar os colegas), ou que facilitem o desenvolvimento da linguagem, por meio do canto ou de brincadeiras com rimas, por exemplo.

Este é o primeiro resultado mencionado pela OCDE na divulgação de sua pesquisa Talis – Providing Quality Early Childhood Education and Care, voltada às interações que promovem a qualidade na primeira infância. A pesquisa analisou o trabalho de lideranças e educadores (professores e assistentes) de nove países na pré-escola (4-5 anos) e quatro em creches (0-3 anos).

Nessa última amostra, há apenas países do que poderíamos chamar de primeiro escalão em termos de investimentos e cultura educacional: Dinamarca, Alemanha, Israel e Noruega. Os outros cinco são Chile, Islândia, Japão, Coreia do Sul e Turquia. Em algumas escolas não há divisão entre os dois grupos etários.

O estudo traz ainda diversos achados interessantes que, em alguns casos, apenas confirmam as intuições existentes. Uma delas é o apoio em termos de formações. Em todos os países, os educadores haviam passado por algum processo de reciclagem ou educação continuada nos 12 meses anteriores à pesquisa.

A falta de recursos e o número elevado de crianças por turma foram os motivos reportados como os maiores causadores de estresse entre docentes. Para os diretores, a inadequação de recursos físicos e humanos se soma à excessiva carga de trabalho administrativo como principais problemas. À medida do possível, Trem das Letras retornará ao relatório para aprofundar análises, ou simplesmente reportar outros dados.

Publicado em 25/10/2019

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Curtas

  •   Teve início em 29/06  a websérie “Caminhos do Devir – Volta às aulas pós-Covid-19”, com o debate sobre “Como aplicar a gestão de crises para planejar a volta às aulas de forma segura”. Os educadores e sócio-fundadores da Devir Projetos Educacionais, Luis Laurelli e Eloisa Ponzio, além do consultor Flávio Schmidt, consultor em gestão de crises do Grupo Trama Comunicação, analisaram as estratégias, cuidados e precauções para garantir uma volta às aulas que possa assegurar a saúde de professores e crianças e a tranquilidade das famílias. A conversa teve a mediação do editor do Trem das Letras, Rubem Barros. O encontro marcou também o lançamento do e-book “A Covid-19 nas escolas e o caminho para a retomada do presencial”, disponível para download, que pontua sobre os passos da retomada.  Texto publicado em 25/06/2020

  • O ano de 2020 marca o final do mandato de 12 dos 24 conselheiros do CNE, o Conselho Nacional de Educação. A primeira lista com sugestões de substitutos, deixada pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, provavelmente na correria a caminho do aeroporto, era composta principalmente por olavistas. Gerou resistência até dentro do próprio governo Bolsonaro. Diante do freio, puxado pelos militares, o ministro interino, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, está fazendo uma nova rodada de discussão para a escolha de outros nomes.  A Casa Civil será um dos principais interlocutores para definir a lista final. Se o padrão das escolhas continuar o mesmo de outras áreas, é provável que as escolas cívico-militares ganhem fôlego inaudito. Texto publicado em 25/06/2020

  • Além do Fundeb, é preciso ficar de olho na possível votação da Medida Provisória 934, que estabelece normas de excepcionalidade para a educação básica e superior em 2020. O relatório da deputada Luísa Canziani (PTB/PR) manteve entre as emendas que devem ir a plenário a liberação da obrigatoriedade do cumprimento das 800 horas para a educação infantil e de oferta da educação a distância na mesma etapa. A relatora deixa a decisão nas mãos dos gestores municipais. Além de contrariar todas as evidências científicas e pedagógicas que enfatizam os prejuízos da educação a distância para as crianças de até 5 anos, a medida pode significar a abertura da porteira para os grupos privados que atuam no negócio da educação a distância. Com as redes de ensino sufocadas pela falta de dinheiro, com aumento das despesas por causa da pandemia e queda na arrecadação de impostos de até 24%, impactando diretamente no Fundeb, principal fonte de recursos para a educação básica pública, a EAD pode ser vista por muitos como solução milagrosa. Mas será apenas um instrumento para cumprir a obrigação legal de oferta de ensino. E inadequado, no caso da educação infantil. É preciso ver o que falará mais alto, se o rigor burocrático ou o bom senso. Texto publicado em 25/06/2020

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