Foto: StockSnap/Iso Republic
Publicado em 2/12/2019
Vivemos um tempo que talvez mereça ser acusado no futuro como o que escancarou nossa inocência comunicativa.
Como nomear, afinal, o exagero de frases mal-entendidas, a cadeia de indiscrições de alcance internacional, as palavras impensadas nas redes sociais, o carnaval de piadas que se revelam apenas grosseria, as afirmações sem provas (as “fake news”) e as desculpas que parecem antes insulto do que argumento?
Representa esforço ético comunicar-se para se fazer entender mas também buscar entender o que nos querem dizer.
Ser um inocente comunicativo – ouvir sem refletir; dizer sem pensar; dizer sem pensar na consequência humana – lesa a própria ideia de humano, de uma racionalidade fundada na interação.
Fonte: Charles Sanders Peirce. “How to make our ideas clear”. The collected papers V. 388-410. In: Charles Hartshorne; Paul Weiss; Arthur Burks (Org.). Cambridge: Harvard University Press, 1958, 8 v.