CNE aprova parecer e resolução sobre DCNs e Base Nacional da Formação

Conselho pleno do CNE aprova documentos por unanimidade após costura interna; relator comemora elogios à articulação

Foto: Luís Fortes/MEC

Texto publicado em 07/11/2019

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta quinta-feira, 07 de novembro, o parecer do relator Mozart Neves Ramos e a resolução sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum para Formação Inicial e Continuada de Professores da Educação Básica. O documento, cuja terceira versão foi apresentada para consulta pública em setembro último, recebeu diversas sugestões, mas, ao que tudo indica, não houve muitas modificações, apenas pequenos ajustes. 

Segundo o relator, o parecer e a resolução dele decorrente foram aprovados por unanimidade no conselho pleno da entidade, com participação inclusive de secretários do MEC. A articulação para a aprovação célere foi elogiada internamente.

Depois de uma reunião com 12 conselheiros na última segunda-feira em que houve grande receptividade ao documento, já havia expectativa pela aprovação, só que para dezembro. Após sessão realizada ontem, começou-se a cogitar a possibilidade de aprovação já agora em novembro. Assim que o documento for divulgado, Trem das Letras irá noticiar quais pontos foram alterados em relação à versão apresentada em setembro. 

Se houve céu de brigadeiro para a aprovação interna no CNE, deve-se esperar pelo contrário quando a decisão chegar às universidades públicas e associações de classe como Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação), Anfope (Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação) e Anpae (Associação Nacional de Política e Administração da Educação). As três instituições reivindicavam a entrada em vigor da Resolução no. 2/2015, na qual tiveram ampla participação, ainda durante o governo Dilma Rousseff.

Há quem preveja, como a diretora da Anpae, Márcia Aguiar, que as diretrizes e a BNC acabem dormindo esquecidas, por falta de adesão dos professores formadores nas universidades.

Membros de outras instituições também fizeram comentários críticos ao documento, mas foram mais receptivos para estudar possíveis alterações e sugestões, como Cristina Nogueira, do Instituto Singularidades, e Gabriela Moriconi, da Fundação Carlos Chagas.

Os textos de pareceres e resoluções desta semana do CNE devem ser publicados até amanhã, 8 de novembro.

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Curtas

  •   Teve início em 29/06  a websérie “Caminhos do Devir – Volta às aulas pós-Covid-19”, com o debate sobre “Como aplicar a gestão de crises para planejar a volta às aulas de forma segura”. Os educadores e sócio-fundadores da Devir Projetos Educacionais, Luis Laurelli e Eloisa Ponzio, além do consultor Flávio Schmidt, consultor em gestão de crises do Grupo Trama Comunicação, analisaram as estratégias, cuidados e precauções para garantir uma volta às aulas que possa assegurar a saúde de professores e crianças e a tranquilidade das famílias. A conversa teve a mediação do editor do Trem das Letras, Rubem Barros. O encontro marcou também o lançamento do e-book “A Covid-19 nas escolas e o caminho para a retomada do presencial”, disponível para download, que pontua sobre os passos da retomada.  Texto publicado em 25/06/2020

  • O ano de 2020 marca o final do mandato de 12 dos 24 conselheiros do CNE, o Conselho Nacional de Educação. A primeira lista com sugestões de substitutos, deixada pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, provavelmente na correria a caminho do aeroporto, era composta principalmente por olavistas. Gerou resistência até dentro do próprio governo Bolsonaro. Diante do freio, puxado pelos militares, o ministro interino, Antonio Paulo Vogel de Medeiros, está fazendo uma nova rodada de discussão para a escolha de outros nomes.  A Casa Civil será um dos principais interlocutores para definir a lista final. Se o padrão das escolhas continuar o mesmo de outras áreas, é provável que as escolas cívico-militares ganhem fôlego inaudito. Texto publicado em 25/06/2020

  • Além do Fundeb, é preciso ficar de olho na possível votação da Medida Provisória 934, que estabelece normas de excepcionalidade para a educação básica e superior em 2020. O relatório da deputada Luísa Canziani (PTB/PR) manteve entre as emendas que devem ir a plenário a liberação da obrigatoriedade do cumprimento das 800 horas para a educação infantil e de oferta da educação a distância na mesma etapa. A relatora deixa a decisão nas mãos dos gestores municipais. Além de contrariar todas as evidências científicas e pedagógicas que enfatizam os prejuízos da educação a distância para as crianças de até 5 anos, a medida pode significar a abertura da porteira para os grupos privados que atuam no negócio da educação a distância. Com as redes de ensino sufocadas pela falta de dinheiro, com aumento das despesas por causa da pandemia e queda na arrecadação de impostos de até 24%, impactando diretamente no Fundeb, principal fonte de recursos para a educação básica pública, a EAD pode ser vista por muitos como solução milagrosa. Mas será apenas um instrumento para cumprir a obrigação legal de oferta de ensino. E inadequado, no caso da educação infantil. É preciso ver o que falará mais alto, se o rigor burocrático ou o bom senso. Texto publicado em 25/06/2020

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